Foi com enorme expectativa que adquiri e comecei a ler este livro. Já há algum tempo que pretendia fazê-lo e consegui finalmente realizar esse desejo. Verdade seja dita, as expectativas estavam demasiado altas e acabei a leitura deste livro com um sabor amargo de desilusão.
Comecemos por explicar o contexto em que a obra foi criada. Importante dizer que este é o único romance de Pinter tendo este vencido o prémio Nobel em 2005 maioritariamente devido à sua vasta obra teatral. Apesar de escrito nos inícios dos anos 50, Pinter decidiria apenas em prosseguir para a publicação em 1989, após voltar a reler o livro e fazer os cortes que achou necessário. Tudo isto é explicado numa nota introdutória nas próprias palavras do autor. Ao ler esta obra é evidente o porquê de Pinter ter optado pela via teatral ao invés da via de romancista pois todo o livro apresenta características evidentes de uma peça de teatro. O autor presta especial atenção aos diálogos entre as 4 personagens principais, Mark, Pete, Len e Virginia, diálogos esses que constituem grande parte da obra onde a relação muitas vezes tempestuosa entre todos cria vários conflitos no desenrolar da história. Para além disso, a descrição física e a descrição das acções dos personagens torna evidente a aptidão do autor para a escrita de teatro. A parte que mais me agradou e que é sem grandes dúvidas a mais interessante da trama é o final do livro onde um diálogo aceso entre Mark e Len culmina numa discussão onde ambos revelam finalmente o que escondiam acerca um do outro.
Jovens problemáticos intelectuais. Uma trama amorosa não muito diferente do que já vi noutros romances. A meu ver, apesar de um livro que entretém, uma desilusão comparando as expectativas que tinha construído em seu torno.
Apesar de não ter ficado plenamente agradado com a obra, pretendo embarcar na leitura de algumas das suas obras teatrais pois a escrita do autor continua a despertar-me alguma curiosidade.
Senti o mesmo. Como romance, não me convenceu.
ResponderEliminarBoas leituras!