Este foi um livro que me disse pouco. Foi um livro que me disse pouco e onde pouca coisa parece acontecer. Não conhecia o autor e vi-me atraído por uma bonita e chamativa edição da D. Quixote.
Neste livro o autor relata uma visita de uma agente imobiliária e de um fotógrafo a uma casa que está à venda. Vergílio, o protagonista, guarda nesta casa memórias imensas de toda a sua vida. Como usado na contracapa do livro, a sua casa é "um casulo de memórias. Memórias essas que Vergílio recorda durante a visita da imobiliária intercalando o relato dessas mesmas memórias com os actos dos dois "invasores". Rodeada de edifícios empresariais comuns e pouco originais, a casa de Vergílio é o unico elemento familiar que se mantém numa cidade outrora diferente. São inúmeras as recordações de Vergílio. Desde os rufias que o maltratavam e o tio que os ameaçava com as suas insígnias e armas até à sua mãe, avó e bisavó que como numa escada, de idades e alturas, controlavam a sua vida e o manipulavam a seu bel-prazer. Com pouca preparação para a vida comum Vergílio surge como uma pessoa inveteradamente inadaptada que parece não possuir grande entusiasmo com a vida.
Não sou capaz de dizer que é um romance do qual não gostei mas tampouco sou capaz de dizer que gostei. É certamente algo diferente, seja qual for o significado dessa perspectiva. Apontado como um autor a ter em conta no futuro, é possível denotar talento neste escritor mas ainda assim alguma imaturidade literária que com trabalho e evolução poderão ser corrigidas e resultar em algo bastante interessante.
Recomendo, mesmo que apenas para conhecer um autor pouco falado e que poderá dar cartas.
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