sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Amor e Liberdade de Germana Pata-Roxa de Fernando Évora

Opinião:
Gosto muito de livros de contos. Acho que já o tinha dito aqui e se sim, volto a dizer. Aprecio bastante este género literário e é difícil para mim entender a desconfiança dos leitores relativamente a este tipo de livros. Inclusive, há uns tempos, vi uma entrevista creio que na RTP2 a Nuno Camarneiro (vencedor do Prémio Leya) onde este referia que ao entregar um novo livro de contos à sua editora, esta pediu-lhe que reconsiderasse em transformá-lo num romance na medida em que livros de contos "em Portugal não funcionam". Podem não ter sido estas as palavras exactas mas a ideia fundamental é esta. Como eu estava a dizer, gosto muito de livros de contos. E gostei muito deste livro de Fernando Évora. Já há muito que ouvia falar do autor e lia sobre ele na blogosfera e quando surgiu a possibilidade de fazer uma pequena parceria com ele não hesitei. O passatempo para ganhar este livro já terminou, podem ver o vencedor aqui.

Ao ler este livro senti que este era um livro de recordações. Mesmo que as ideias e histórias aqui não sejam todas realidade, senti como se algumas das páginas fossem descrições de memórias antigas. O que me transportou para essa realidade foram alguns elementos chave do quotidiano de um cidadão que inevitavelmente estão presentes na nossa vida. Alguns exemplos são as nossas vivências aquando do tempo da nossa infância na escola. Colegas esquecidos na memória que reaparecem quando menos esperamos. Até a simples preferência por um clube de futebol (neste caso o Benfica) me pareceu genuína embora não conheça as preferências clubísticas do autor. Os sentimentos aqui demonstrados por diversos tipos de intervenientes deste livro são fáceis de identificare associar com situações que vivemos realmente na nossa vida. É no entanto de louvar a criatividade do autor na descrição dos mais pequenos pormenores de situações quotidianas que nem sempre estão tão presentes nos livros.
No entanto, neste livro não se sente apenas um sabor de recordações. No primeiro conto, sente-se um sabor de futuro. Um futuro negro e "inundado" de más decisões e maus governantes. Governado por aqueles que não o deveriam fazer (talvez neste ponto não seja assim um pensamento tão futuro).

Na escrita de Fernando Évora sentimos a pele do povo. Sentimos a pele da população humilde. É uma linguagem simples, despretensiosa e acolhedora que nos faz sentir bem ao lê-la mesmo que o tema seja mais ou menos feliz. É um escritor ao qual planeio voltar em breve, estando muito curioso com o livro No País das Porcas-Saras.

Recomendo!

2 comentários:

  1. Tive a oportunidade de assistir a uma apresentação do livro - muito divertida, devo dizer -, e algém fez a pergunta clubística ao autor, ao que ele confirnmou ser do Benfica. Infelizmente não é a minha, mas lá que é um belo livro este Germana, ai lá isso é.

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